
Rogério Bernardes
Graduado em Língua Portuguesa Literatura da Língua Portuguesa e Espanhola pela Universidade Federal do Espírito Santo, UFES;
Formação em Psicanálise Clínica pela Associação Brasileira de Psicanálise Clínica, ABPC; Especialização em Psicanálise Clínica pela Universidade Nova Iguaçu - UNIG; Especializado em Gestão Pública Municipal pelo Instituto Federal do Espírito Santo, IFES; Especializado em Policiamento Ambiental Pela Polícia Militar do Espírito Santo, PMES; Policial Militar da Reserva Remunerada da PMES; atualmente Professor na Academia da Polícia Militar do Espírito Santo; Servo do Senhor Jesus Cristo, lotado na Casa de Oração em Jardim Marilândia Vila Velha-ES.
UM POUCO MAIS
Eu queria um pouco mais.
Para que?
Para estar com ele.
Como assim!
Teve todo o tempo, grande parte da vida, e não esteve.
Ele foi legal,
Foi admirado,
Amado.
Mas se tornou chato, enjoado, intrometido, mandão.
Se metia em tudo, lembra!
O evitava, se levantava ao sentar, se isolava, por vezes o repreendia de maneira áspera.
Em outras procurava desacreditá-lo, ou simplesmente o ignorava.
Como queria mais tempo.
Ah se tivesse mais tempo, faria diferente!
Será?
O que incomoda de fato, a falta dele, ou a falta do tempo que deixou de viver!
Do que quer se livrar, da culpa, do peso de não ter vivido, compartilhado, inclinado os ouvidos ao som da voz paternal?
Hoje tem tempo, tempo para viver enquanto filho, pai ou avô.
Tempo de se olhar e ver quão parecido está com aquele a quem muitas vezes reprovou!
Hoje tem tempo de resignificar essa figura que lhe impregna os pensamentos.
Cada um tem o pai que pode ter.
Qual pai manterá ao seu lado!
Eles vivem no imaginário dos filhos que lhes dão vida, São heróis ou vilões, depende do que quer guardar.
Aproveite o tempo que tem, quer tenha a presença física, quer tenha lembranças, mantenha as melhores vivas!
Eles vivem em nós.
Rogério Batista Bernardes